sábado, 6 de novembro de 2010

Velha História







Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava a trote, que nem um cachorrinho Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelos cafés. Como era tocante vê-los no "17" - o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial...

Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho:
"Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!..."

Dito isto, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho n'água. E a água fez um redemoinho, que foi depois serenando, serenando.. até que o peixinho morreu afogado...



[Mario Quintana; Sapato Florido, 1948]

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Eu fico esperando...

...um eu te amo, sempre.
#quebobagem

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Série: Coisas que não quero perder

Eu vivo um pouco do passado, porque recordar é viver.

Homenagem para uma pessoa especial

A surpresa esperada de sua chegada, veio como romper do sol desbravando a noite escura, roubou os meus sentidos, invadiu o meu querer e estilhaçou as vidraças do meu coração.

Me senti flutuando em uma viagem de fantasias e sonhos ao contemplar os seus olhos e desenhar na memória o seu rosto.

Não ofereci resistência aos seus encantos e não deixei levar pela fascinação que domina as emoções, cedi as barreiras e somente os limites de nós dois deram a dimensão desta plena e total sedução.

Ainda bem que um dia sem querer te encontrei e hoje me sinto tão feliz, quando é o coração que abre a porta então está tudo bem, tudo certo e quem é
que não gosta de se sentir assim, confiante no sentimento mais doce e mais suave que existe entre duas pessoas.

Estou aqui para te dizer que não sabemos o quanto pode ser eterno nossos momentos, mais com toda certeza serão para sempre inesquecíveis...

Você me Encanta



Adivinha pra quem é isso!? Se adivinhar ganha um saco de bala Peppers!!!


Fonte: http://kumono.blogspot.com/2010/04/homenagem-para-uma-pessoa-especial.html


Volta e meia me pego lendo isso... *-*

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sufrágio primeiro ato: reconhecimento

emudecer... é uma arte!
sobreviver faz parte, mas servir...!
anoitece em todos os lugares. e...
pra uns é tão natural... mas não importa mais

eu armado até os ossos contra os indecentes
e ela só a boa vontade supermarcando a idade

o extremo, o ponto cego
a supremacia ultrapassando os espasmos
a rainha no meio dos operários
uns inconformados! pseudofodásticos
ajoelhando-se perante quem joga os dados
falsos polipolares, uns americanizados, doentinhos
a minha beneditinha caminha, faz-se
de olhos calmos, a mais temida, renega

porque a destruição é para os fracos
bancar o mau é para os pobres coitados
difícil mesmo é recriar
reconectar as prevalecências frágeis
retalhadas pelos limitados

envenenar o escuro, arrebentar o muro
infiltrar-se no âmago do estrago
a musa
e neutralizar...

reconhecer é abrir os olhos
o que quer que tenha sido
o que quer que seja, ela já foi

agora o que é...
o que ela é, agora...

o que ela quer... algo entre a surpresa e a glória

ilimitar

p.s.: o poema foi feito para mim (isso mesmo, o poema é uma descrição minha XD) feito pelo meu maravilhoso amigo Marcos Sousa =*

Ensaio sobre a perda





OBS.: Texto antigo, tão antigo que ri enquanto lia... Data: 20/09/10



Acabou -se o tempo em que eu fazia, iludida como uma adolescente, simpatias ridículas tiradas de páginas de revistas, de certa forma isso foi tirado de mim muito cedo, a felicidade que é se iludir. Ser realista mata a alma, assim como ouvir verdades que você gostaria de ignorar. Certa vez ouvi alguém dizer que estamos todos tentando desesperadamente sentir qualquer coisa, bom, essa pessoa pode ficar com tudo isso, por que sentimentos, assim como as outras milhões de coisas humanas que me constituem me deixam extremamente cansada... Nunca foi nem será por opção que mergulho no mar da incerteza de um sentimento enquanto Vygotsky me espera em cima da cama, gostaria de doar todo esse sentimentalismo para alguém que necessita dele, poderia ser você meu bem. (In)felizmente essa é minha essência o que me resta é administrar minha humanidade e o que poderia ajudar mais que as palavras? Nada... ou quase nada.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Acreditando... A parte boa.

"É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar, replicou o rei. A autoridade repousa sobre a razão. Se ordenares a teu povo que ele se lance ao mar, farão todos revolução. Eu tenho o direito de exigir obediência porque minhas ordens são razoáveis."

é preciso saber o que esperar de cada um... e lembrar sempre que a expectativa é uma faca de dois gumes e para pessoas negativas o lado ruim será sempre mais evidente.

Tempos e pingos. (ou) a Parte ruim.

Deixa eu falar baixinho no seu ouvido o que eu não entendo... Como pode ser tão fácil pra você passar por tudo isso? Tua frieza me atinge.

Aprendi com Drummond que ausência não é falta... e me pego acompanhada da ausência todas as noites, ela me fala coisas, me faz refletir, me mata... Ausência nunca foi uma boa amiga.

De você eu não quero nada mais do que aquilo que mereço, sem tempos, por os pingos nos i's e as vírgulas nos lugares indicados e quem sabe um ponto... acredito em recomeços, mas eles exigem mudanças e mudanças são coisas imediatas e não adiadas, muda-se por querer mudar e não pela necessidade de mudar, ações de amor e de falta não exigem tempo exigem vontade.

Tudo que um dia a ausência me ensinou...